Os heróis não existem, mas é o que nos imaginamos sempre ser. Incompreendidos, ocultos heróis, cujas minúsculas vidas se revelarão, afinal, num final, importantes. E que final é esse? Simples: é aquele que sabemos vir mesmo antes das letras brancas a rodar no fundo preto. Para lá chegar o herói ultrapassa provações, enfrenta perigos, é trazido à razão pelo melhor amigo, é ignorado ou menosprezado pelo povo em geral e, no tal final, encarna o seu verdadeiro ser - aquele que os outros desconheciam até então, mas passam desde logo a admirar. Tudo termina bem e com grandiosidade.
Na vida real acontece que o final não existe. Daquilo que por vezes parece final logo entendemos que não é estático, que o casal não se abraça eternamente ao pôr-do-sol ou que ao fechar de um livro se segue qualquer outra acção (como levantar-se para o arrumar na prateleira ou ir à casa-de-banho porque a bexiga já dói). Bem dizia a personagem da Meg Ryan no “You’ve Got Mail” que lhe parecia estranho que tanto do que vivia lhe fizesse lembrar histórias lidas algures e não o contrário. Bizarro que fosse a vida a imitar a ficção. Só que num mundo que arrota doses maciças de ficção, como não fazer dela o modelo do universo mental de qualquer um de nós? É que talvez nem seja mau... Só temos que interiorizar que nem sempre seremos a personagem principal.
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1 comentário:
Deixo-lhe uma pergunta/refelxão.
Quem é Heroi ?
O estereotipo que menciona e tal como vemos nos filmes.
Ou o cidadão/cidadã comum, que por sua acção junto de um amigo, de uma associação,etc faz a diferença e contudo se mantêm anónimo.
Continue a escrever que eu gosto de a ler.
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