17/11/07

fecharam as urnas!

Atingimos 28 votos, o que é quase 30 e, assim sendo, fico contentita. A análise dos resultados bastará ser gráfica, porque a coisa é simples... Observe-se a figura. “Prazer mútuo” bate aos pontos as restantes alternativas votadas, quer por machos, quer por fêmeas. Devo por isto depreender que existe uma preocupação com o próximo? Ou será que do acto se retira verdadeiro prazer? Altruismo ou egoísmo mascarado? (aprendam, é assim que os investigadores arranjam projecto atrás de projecto: logo que têm os resultados de um qualquer assunto, desatam a fazer mais perguntas e a pedir “ó faxavori, oriente aí mais um financiamentozeco para eu tirar esta dúvida chata que não me deixa dormir!”).


Falemos de oralidades. Ainda esta noite contava à caríssima SemNexo que o hábito símio de beijar na boca tem como base evolutiva a passagem de comida mastigada da progenitora para a cria. Como ela muito bem observou, dantes não havia Minipimer para ninguém! Então pensa-se que, à semelhança do que acontece ainda com os chimpanzés, as mães mastigavam a comida que depois estendiam no lábio inferior para a boca dos filhotes. Daí que um beijo seja, além do mais, um símbolo de confiança – não só se trocam fluidos e transmitem microorganismos como, segundo o senhor Franz de Waal, a boca é das zonas mais sensíveis que temos.


Também o sexo oral, até há relativamente poucos anos considerado uma invenção da máquina sexual humana, tem o seu match nos bonobos (para quem não conhece, uma espécie do género Pan – tal como os chimpanzés – que só se descobriu em 1929). Da mesma forma que com os chimpanzés partilhamos uma sistema de organização político e patriarcal, com os bonobos partilhamos um profundo "interesse" no sexo. É provável que o facto de sermos também os primatas que exibem sexo oral esteja relacionado com isto. (nota: últimas frases modificadas após pertinente comentário de joãopestana, preocupado que estava o colega (e com razão) com a transmissão de informação incorrecta ao meu "leque" de leitores)

Há tanto e tanto para dizer sobre este assunto... Mas como não estou para grandes pesquisas às cinco da manhã, tentarei abreviar o assunto. Duas mulheres responderam que só gostam de ser receptoras (o que até esperava que fosse mais vezes opção, por ambos os sexos) e um homem e uma mulher disseram que só gostam de fazer. Só gostam de fazer!! Haja diversidade. Por junto, não encontro nestas respostas grandes diferenças entre os sexos. Estavam à espera disto? Eu sei que a amostra é minúscula, mas mesmo assim tenho curiosidade em saber o que pensam. É que fui ouvindo comentários durante estes dias que me deixaram a sensação que cada um tem ideias bem marcadas: “ah, eles é assim!”, “não, não, elas é que tal e coiso...”, ou então “está-se mesmo a ver que vai dar isto”.

No final parece que tudo se rende do mesmo modo que o vizinho do lado, autor do inquérito, que acabou de escrever a comemoração do post nº69!

13 comentários:

Anónimo disse...

A amostra é pequena e pouco aleatória para se poder inferir seja o que fôr, mas ao ver o resultado apetece-me dizer
"que queridos/as, é quase comovente!"
Agora, para tornar este estudo das oralidades mais cientifico e fiável Calvinn poderia investir no assunto e passar o inquérito noutras "instituições", por ex: o Jornal da Paróquia, o 24h, o Tal e Qual, a revista Maria, o Jornal de Letras étc, étc
No final além de haver uma amostra por sexos mais jeitosa, até dava para fazer uma tese catita sobre o sexo oral e:, a religião, o bairro, o jornal que lê, enfim há um mundo de tentativas de associação possíveis,
...bem trabalhadito penso que até dava para pedir um desses financiamentozecos? :)
Corto Maltese

gAnDaMaLuKo disse...

E os que gostam de "ver receber", e/ou "ver fazer"?
E os que gostam de "receber, fazer, receber.. cigarro.. receber, fazer, receber"?
E ainda os que gostam de "fazer" e/ou "receber" sem pensar na pessoa que lhe está a "fazer" e/ou "receber"?
E os que se sentem felizes só por conseguirem aguentar o "fazer" e/ou o "receber"?

Foi um questionário tergiversante, e consequentemente, improficiente.

...

Para a próxima, incluam perguntas com imagens de gajas nuas, sff.

Anónimo disse...

Eu gostava de acrescentar uma coisa, no seguimento do gandamaluko...
Qual será a percentagem de pessoas em que uma boca é sempre uma boca? Que desde que receba sexo oral n importa de que género é que a boca pertence.
Fica a pergunta no ar...Já sei q vão pensar que sou meio tarado mas isso só está meio certo, resta saber qual das metades é que tá errada!
Regards,
Tiago

sara disse...

Só boas ideias, sim senhores...

Tiago, ainda outro dia recebi um comentário de "género" como o teu, e a verdade é que já tinha pensado nisso mas imagina só a extensão das hipóteses de resposta se tb isso fosse considerado.

Os inquéritos têm graça, mas a verdade é que é tão fácil mentir... :)

joao pestana disse...

quem é o Franz de Wall oh tóni...
Frans de Waal!!!

existem mto mais espécies q encaram o sexo de forma lúdica para além do Homo sapiens e do Pan paniscus...

EXIJO RIGOR CIENTÍFICO NESTE BLOG!!!

sara disse...

Sr. de Waal, perdoe-me!! Vou já corrigir esse lapso horrendo de lhe ter trocados os aa e os ll. O mundo assim está quase perdido, de facto.

Quanto à exclusividade do lúdico, admito que talvez me tenha entusiasmado na frase... Hmmmm..... Mas agora teria q pôr-me a ler sobre o assunto e n tenho tempo! :)

bjinhos

joao pestana disse...

fazendo tu parte da comunidade científica, e sendo eu teu amigo, n te posso deixar q transmitas pequenas inverdades para com o teu vasto leque de leitores...

voltando ao sexo lúdico... eu já vi, c estes 2 q a terra há-de comer, um macaquinho a esgalhar uma sarapintola. teve a sua ejaculação perante olhares atentos dos seus pares. pares esses q depois se aproximaram, para provarem tão saborosa excreção :D

nhumi nhumi

sara disse...

LOL!

Eu tb tinha um a quem chamavam carinhosamente "tarado sexual" por alegadas práticas masturbatórias, embora eu não tenha chegado a presenciar tão indigno comportamento. :)

Para me penitenciar acabei de comprar 2 livros on animal pleasure and sexuality na Amazon...

calvinn disse...

alguém falou em praticas masturbatórias?
mito ou verdade. A eterna duvida?

http://www.whenrealityknocks.com/wp-content/content/worstsin_adjusted_02.jpg

atentamente
calvinn

sara disse...

Ui, o que não deve ter sido bom viver naquela época!!

Eu das promiscuidades e infidelidades ainda entendo os medos e, portanto, as ameaças de infernos e tormentas eternas. Vá. Existem paternidades a ser garantidas e sustentos a ser exigidos. Contratos úteis de parte a parte e a coisa ficava feita. Agora, auto-masturbação??? Por que raio é que n deixavam essas alminhas sossegadas? E a quem terá surgido pela primeira vez a ideia destes belos sintomas, a culminar em mortes agonizantes? Que cena mais macabra...

Anónimo disse...

EU VI UM RAPAZINHO ASSIM NO OUTRO DIA! Curioso é o facto de que tinha um jornal enrolado na mão que não parava quieta (sintoma grave agora percebo!)...
E eu a pensar mal destes rapazes que padecem de um mal tão extraordinário e não da simples ressaca por um esacionamento bem renumerado...

Hehehe Peter-Pan-de-Ray-Ban

Anónimo disse...

pois... tema já muito debatido ao longo da história.

Até agora a melhor dissertação que conheço está no link que vos envio.

Quem conhece a série Weeds dispensa apresentações. Para quem não está tão familiarizado, fica algum contexto.

O rapazito foi apanhado em casa em acto íntimo (creio que pela própria mãe). A progenitora, mãe solteira, achou que era tempo de uma conversa de homem para homem com o míudo. Pediu ao irmão/cunhado para falar com ele sobre o tema. Calha que o irmão/cunhado não é propriamente uma pessoa convencional...

http://www.youtube.com/watch?v=bkyLQIwTJXE

n.

Anónimo disse...

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