26/04/07

o ser e o parecer

Os casórios de arromba tornaram-se mais um dos caprichos dos tempos modernos. Desenganem-se os que pensam que casa em pompa e circunstância quem a tal luxo se pode dar. Quem não pode fá-lo na mesma - com sacrifício, às mijinhas como se comprasse um carro. Porque se a minha galinha só tem um ovário e põe menos ovos do que a da vizinha (que por acaso até é coxa de uma pata e cacareja às horas mais estapafúrdias que se pode imaginar), então que remédio senão correr a comprar mais ovos para os exibir como se da uni-ovárica brotassem?

Não concordo com a competição. Não concordo com a obrigação em que tantas vezes se mergulha, senão cego, pelo menos míope. Nem sou cinicamente crítica, desinteressada social ou "anti-boda" como algumas pessoas que conheço. O casamento serve propósitos, reais ou imaginários, que não estou cá para questionar. Que cada um se case (ou não se case) como quer e mais lhe convém. Que se ofereça festaça à maneira, comida da boa e padres poucos maçudos. Que seja a desculpa para toda a gente se aperaltar e praticar o sorriso em cima dos saltos. Que se fotografe e se converse e se ria... Mas, no fim, que se guarde a ideia das pequenas coisas que realmente importam. Com humildade.

NOTA: o pensamento foi inspirado pelo último casamento a que fui, c'est vrai, mas está muito longe de lhe apontar as armas (a melhor boda de sempre, até agora!)

2 comentários:

Anónimo disse...

A pão e vodka. Muito bem. Titulo sugestivo. Mera coincidência, história de arromba, ou combinação aleatória de palavras por falta de opções?

Pois é são 9:15 da manhã, e o sol já vai alto, para mim. Qual não é o meu espanto qdo vejo a notícia de um novo blog...(na verdade fiquei pouco surpreendida)

Finalmente um espaço para divagar, comentar, rir ou não. Não que já não o fizesses, mas agora resolveste faze-lo em forma de partilha com o proximo. Bonito pensamento.

Força!
ME

sara disse...

Combinação sui generis de palavras. Porque soa bem!

Obrigada pela força :)