30/04/07
vão em manada, os emigrantes!!
Um post dedicado aos amigos que rumam a novas aventuras (principalmente ao João que, qual cobaia voluntariosa, abrirá caminho à chegada do segundo elemento). Um desejo enorme de que encontrem tudo aquilo que esperam, que se surpreendam com o que não esperam, que absorvam, que se divirtam, que enriqueçam! Já o eterno Fernando dizia que "qualquer caminho leva a toda a parte, qualquer caminho em qualquer ponto em dois se parte". O vosso quebrou-se aqui. Hoje leva-vos ao Brasil, mas quem sabe que bifurcações ainda vos reserva? Nós por cá trataremos todos de alimentar as saudades - para que vocês não tenham que se preocupar com isso. :)
Muita força e pensamento positivo!
P.S. - a montagem artística não teria sido possível não fosse a preciosa colaboração da querida madame Ainise
29/04/07
alfa, beta, gama...
O Alfa aproxima-se de sorriso estampado no rosto. Vem confiante e, embora não tranquilo, disfarça bastante bem. O passo não hesita e o corpo alto e forte ondula naturalmente, inevitavelmente, sem que o próprio chegue a ter noção de como causa tal efeito.
Chega, senta-se e espraia de imediato um braço sobre as costas da cadeira dela, ostentando uma intimidade – por sinal mentirosa – à qual a fêmea decide dar o benefício da dúvida. Ao mesmo tempo que se retrai um pouco no lugar e pesa o desagrado que sente pelo abuso, ela sorri-lhe (um meio sorriso que talvez não se note). Conhece a atitude de sobeja, mas ainda assim espera para ver.
Mesmo ao lado dela senta-se o Beta que, alegre e falador até ao momento, cola os olhos no prato e deixa cair os ombros à chegada do Alfa. Assim que consegue, procura um interesse paralelo, vira as costas e torna-se invisível. Rendido à partida numa batalha de eternas subtilezas.
Em três palavras o Alfa puxa do tema pretendido e larga-o a pairar. Ela pega-lhe sem hesitação mas, qual pingue-pongue de palavras, logo decide devolvê-o quase em bruto e pôr-se a olhar o seu interlocutor com expectativa. Nada acontece... Apenas o silêncio incomodativo surge, a troçar da situação. Ouvir é o melhor semáforo de todos e, neste caso, é o vermelho que salta, ostensivo e eléctrico, para cima da mesa. Sobram do artifício masculino o sorriso deslizante e o olhar que revela o fim ansioso de um meio pouco convincente.
Ela impacienta-se. Olha para o Beta em busca de uma solução fácil, mas ele continua de costas. Então levanta-se numa desculpa fisiológica e descarta-se da cena suavemente.
Moral da coisa: a atitude predatória incomoda e desinteressa num ápice. A submissiva desilude. Mas não sei se falo pelo gajedo em geral...
26/04/07
o ser e o parecer
Os casórios de arromba tornaram-se mais um dos caprichos dos tempos modernos. Desenganem-se os que pensam que casa em pompa e circunstância quem a tal luxo se pode dar. Quem não pode fá-lo na mesma - com sacrifício, às mijinhas como se comprasse um carro. Porque se a minha galinha só tem um ovário e põe menos ovos do que a da vizinha (que por acaso até é coxa de uma pata e cacareja às horas mais estapafúrdias que se pode imaginar), então que remédio senão correr a comprar mais ovos para os exibir como se da uni-ovárica brotassem?
Não concordo com a competição. Não concordo com a obrigação em que tantas vezes se mergulha, senão cego, pelo menos míope. Nem sou cinicamente crítica, desinteressada social ou "anti-boda" como algumas pessoas que conheço. O casamento serve propósitos, reais ou imaginários, que não estou cá para questionar. Que cada um se case (ou não se case) como quer e mais lhe convém. Que se ofereça festaça à maneira, comida da boa e padres poucos maçudos. Que seja a desculpa para toda a gente se aperaltar e praticar o sorriso em cima dos saltos. Que se fotografe e se converse e se ria... Mas, no fim, que se guarde a ideia das pequenas coisas que realmente importam. Com humildade.
NOTA: o pensamento foi inspirado pelo último casamento a que fui, c'est vrai, mas está muito longe de lhe apontar as armas (a melhor boda de sempre, até agora!)
Não concordo com a competição. Não concordo com a obrigação em que tantas vezes se mergulha, senão cego, pelo menos míope. Nem sou cinicamente crítica, desinteressada social ou "anti-boda" como algumas pessoas que conheço. O casamento serve propósitos, reais ou imaginários, que não estou cá para questionar. Que cada um se case (ou não se case) como quer e mais lhe convém. Que se ofereça festaça à maneira, comida da boa e padres poucos maçudos. Que seja a desculpa para toda a gente se aperaltar e praticar o sorriso em cima dos saltos. Que se fotografe e se converse e se ria... Mas, no fim, que se guarde a ideia das pequenas coisas que realmente importam. Com humildade.
NOTA: o pensamento foi inspirado pelo último casamento a que fui, c'est vrai, mas está muito longe de lhe apontar as armas (a melhor boda de sempre, até agora!)
25/04/07
primeiros ditos
Às vezes as coisas custam a arrancar, há-que olear as engrenagens e forçar o doloroso primeiro impulso a soltar-se da inércia. Uma página em branco, por exemplo, tem dias. Às vezes porta-se bem e sorri-nos, encantadora na sua promessa de alívio. Outras vezes agiganta-se e engole-nos sem cerimónia. Enfim... Não lhe critiquemos os modos porque os humores (mesmo os de uma página) são como tudo: assim ou assado, consoante a ocasião.
Welcome às minhas deambulações.
Welcome às minhas deambulações.
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