22/06/08

descobertas

A Maria Rita vem a Lisboa para a semana e eu e a M. lá estaremos no Coliseu, esperando o samba seu. Conheci a música dela há alguns anos, enquanto espiolhava o computador de uma colega por novidades. Gostei, copiei. Achei-lhe uma voz diferente, muito redonda e sincera. Envolve. Ouvi muito, acompanhou-me sempre que havia dados para analisar, relatórios para escrever (qualquer coisa que me prendesse horas solitárias ao computador) e, mais tarde, arranjei também o álbum “Segundo”. Estranhamente, ao longo dos anos, nunca googlei a rapariga. Foi, portanto, só depois de muito a ouvir que descobri que traz um fantasma acoplado: o da mãe, Elis Regina. A própria Maria Rita diz que demorou muito tempo a enveredar pela carreira musical porque confundia a sua vontade com as expectativas dos outros.

(ouvi, pois: Cara Valente e Tá perdoado, por exemplo)


Eu, da Elis, julgava só conhecer o nome. Por “intermédio” da filha, comecei a procurar música da senhora – já agora para perceber what the fuss is about. De início reagi mal ao metálico que se lhe sente na voz. Desconfortava-me. Mas fui ouvindo mais, um pouco mais. E fui descobrindo uma data de músicas que, não só reconhecia, como sabia cantar às partes - resultado de uma infância em que a (única) novela do dia era brasileira e ritualizada. E, provavelmente por causa dessa familiaridade precoce, comecei a ouvir Elis com menos reservas. O desconforto mantém-se (pode tornar-se ele um vício?) mas deixo que o faça.

Não sei nada de música, mesmo. Mas pasmo com o modo como dela brotava uma voz límpida, cheia de garra, leve e divertida, forte, tudo ao mesmo tempo. É impressionante.

(a que deixo em repeat: O bêbado e o equilibrista)

Daí que, agora, gostava que também Elis viesse ao Coliseu…

1 comentário:

calvinn disse...

bolas, o meu dinheiro não chega para tudo. O Alive sao 45 euros:( Maria Rita fica para a proxima .