Uma pessoa vai e chega ao Reino Unido, aquele da Elisabete dos dentes amarelos, sabem? Aterra-se em Glasgow - numa região chamada Escócia que, ao que consta, afinal não é bem da tal senhora porque o reino não é tão unido quanto isso - e não é preciso muito tempo para se perceber que, a depender da oferta gastronómica local, se avizinham valentes dias de fomeca. Para pequeno-almoço é difícil de avistar para além de salsichas e sanduíches cheias de maionese. A velha do balcão fixa-nos com olhos educadamente duros. O que comer, o que comer?... No fim lá surge um scone embalado, pede-se a cup of tea e acaba por salvar-se uma manhã. Mas a verdade é que não haveria que comer muito fora porque onde há casa de tuga, sempre se cozinha um esparguete com atum ou um arroz com ovos mexidos. Para a passagem de ano, e directamente do Feijó, chegavam também pastéis de bacalhau e rissóis de camarão. Tudo sob controlo.
Aberdeen é uma cidade cinzenta, começando pelo alcatrão e pelos passeios neutros, subindo ao longo das fachadas escuras e terminando lá no alto, naquele céu de chuvinha molha-tolos. Enchouriçados que andávamos para o frio, entrar algures para tomar um valioso café (valioso porque 2 ou 3 euros sempre custam a ganhar) implicava em todas as ocasiões um strip aborrecido. Luvas, gorro, cachecol, blusão… Mas pronto, faz parte.
De referir (e fundamental) temos a hospitalidade de ME, Cacá e Juan, cujo apartamento atingiu lotação considerável, tendo sido oferecida às meninas uma cama inesperada e muito confortável. É uma das alturas em que se agradece ter pipi e haver essas réstias de cavalheirismo que normalmente detestamos por condescendentes e paternalistas. Não foi o caso. E se fosse, teria dormido numa cama fofinha na mesma. :)
Adiante. Importa mesmo é registar a folia da noite escocesa! Ora os bretões, como manda o estereótipo, são criaturas secas que insistem em manter certo distanciamento do que não bate certo com as suas regras. Passe-se a generalização, por favor, que já se sabe para que existem as excepções. O panorama é mais ou menos este. Rígidos, educados, aparentemente pacientes, de poucos sorrisos, eficazes e, dá a sensação, conformados à norma. Mas atenção, tudo isto apenas na condição sóbria. Existe a outra… A partir do momento em que o álcool lhes entra no sangue, o mundo vira e logo vemos bifolândia a bombar! As ruas ficam cheias de lixo: garrafas vazias, copos, restos de comida, coisas meio esmagadas e não identificáveis, pocinhas de vómito, you name it. E os carros da limpeza prontamente a passar, a lavar, a esconder essa faceta menos controlada do povo. Bebedolas, muito bebedolas…
(continuo amanhã)
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6 comentários:
have a nice year!
aahhhhhhhhhh.....
Saudades dessa terra tão bonita... Calor sempre agradável, chuva que tão raramente aparece, um céu constantemente azul, gajos com um ar tão inteligente e raparigas todas diferentes umas das outras e bem morenaças...
aahhhhhhhhhh...... saudades!!
Parece o Algarve mas cinzento.
Seja bem vinda de volta.
atentamente
calvinn
Estou à espera do meu kilt (prometido aliás, na presença de muitas testemunhas). E espero que traga o sporran!
Pois é, terra bem agradável... e o agradável que foi chegar a Faro e ir comer um peixinho grelhado por quantia moderada e servido por senhora simpática? Isso é que foi! :)
O kilt vinha, mas quando reparei que não trazia sporran decidi dá-lo à senhora da tasca de Faro, em troca do besugo. Compreendi que não o apreciarias nessa condição...
S.
Patches, sera esta a palavra que procuras? Patches de vomito all over...puikkk!
:)
ME
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