07/08/12
Há coisas sobre o meu avô que apenas o meu tio sabe. Outras que só a minha mãe recorda. E haverá aquelas histórias dele que vivem em mim e em mais ninguém – talvez nem nele próprio. Uma pessoa desmembra-se, assim, em várias. A pessoa não é isso, essas partes desconexas, filtradas, não... Mas são elas as marcas de onde pisou. E, ao contrário do que se possa pensar, o rasto não serve só para identificar uma passagem: ele é também um caminho em si. Um caminho novo, que leva ao outro verdadeiro. Nesse outro, julgo, encontrar-nos-emos todos mais cedo ou mais tarde. E compreenderemos que nada é tão real como a unidade.
Poderemos fazê-lo antes de morrer? Aguentaremos o peso da paz? Brilham os olhos das crianças. Nada tem limites.
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