07/03/08

estou em falta quanto ao inquérito

Parece que 55% dos 20 votantes concorda comigo: ser trocad@ por um elemento do outro sexo não custaria tanto. A mulher do Heith Ledger não ficou assim muito contente com a coboiada, diga-se. Mas pronto, também arranjou logo novo gajo. Amigos dizem-me: “por experiência, sei que é a mesma coisa”. Eu como não sei, fico-me pelo acho. E afinal só 4 pessoas entenderam ser pior (talvez por terem menos hipóteses de reconciliação ou reconquista?...) uma situação deste tipo.

Em relação a este assunto, apetece-me ainda comentar o comentário da C.M. O termo traição é o que habitualmente se usa neste contexto. Não sei dizer se será o mais correcto. Talvez uma palavra tão gorda não se devesse aplicar ao que (com razão) chamas a simples de condição de ser humano. Mas sim… está relacionada com a mentira, com o engano. Só que no extremo - lá está - também não sei muito bem onde estabelecer os limites dessa dita mentira. Porque se o afecto é o que mais interessa, saber-se-á precisar o momento em que ele é transferido para outra pessoa? É difícil. E porque é que então se faz do sexo, normalmente, o ponto de honra? É porque as pressões evolutivas são lixadas (ouvem-se os sábios biólogos ao fundo).


A monogamia é uma espécie de contrato entre uma mulher que precisa de recursos e um homem que quer ter a certeza da paternidade. Atenção, isto não é para ler de um modo absoluto. Não me venham cá dizer “eu amo muito o meu marido e não sou uma cabra interesseira”! Acredito que não. Mas se uma associação (teoricamente) monogâmica não trouxesse vantagens às partes, não se tinha mantido ao longo do tempo. Temos que nos colocar nas cavernas por momentos. Somos um grupo social constituído por homens e mulheres e não existe qualquer estrutura familiar. O sexo é com quem mais agrada no momento. E então as fêmeas engravidam e começam a crescer em dificuldades de arranjar comida, que tem de ser apanhada. Se por acaso um dos casais estabeleceu uma ligação emocional, então o homem tenderá a ajudá-la, tanto nessa altura como quando o bébé nascer. Em comparação com as outras, cujas mães estão sozinhas, é provável que esta criança tenha mais probabilidades de sobreviver aos primeiros anos. O sucesso da cria faz com que o comportamento que ela herdou dos pais seja transmitido à geração seguinte. Vantagens evidentes. Mas olhemos para as estratégias do homem e da mulher. Ela só pode ter um filho por ano, o que lhe convém é mesmo que esteja ali um elemento mais forte que dê apoio ao longo do processo. A gravidez é um risco e se se mantiver viva e saudável provavelmente continuará a ter filhos. Mas e o homem? Ao homem interessa também que as suas crias tenham sucesso. Contribui no pré e pós-natal com recursos e apoio. Só que pode ser um esforço em vão, caso o filho não seja seu (quando digo em vão, refiro-me aos genes que não está a transmitir à geração seguinte, não à importância ou legitimidade de educar qualquer criança!). Portanto interessa imenso ao homem estar seguro da fidelidade SEXUAL da sua parceira. Fomos seleccionados assim, tal como os boxeurs para terem o focinho achatado ou os caniches para serem irritantes. E às mulheres o que interessa a fidelidade do companheiro? Interessa-lhes, e muito, que ele não vá desperdiçar os seus recursos com outro gajedo. Não convém muito. E não era coisa fácil, já que o fraco investimento representado por um minúsculo espermatozóide faria com que um homem pudesse ter filhos de variadíssimas mulheres ao mesmo tempo. Mesmo que se dedicasse só a um ou dois, com sorte algum dos outros sairia benzinho e a custo zero! Só que ao relacionar-se com várias fêmeas, podia gostar mais especialmente de alguma e trocar as voltas à primeira. Risco enorme para ela. Pensa-se que é este o motivo pelo qual, ainda hoje em dia, as mulheres são mais permissivas às relações extra-conjugais do parceiro (desde que ele não crie laços emocionais com a outra pessoa)do que os homens. E que, por outro lado, desenvolvam frequentemente ciúmes dos amigos dele, das pessoas a quem ele afectivamente se liga. O que não quer dizer que também elas não tenham relações extra-conjugais. Podia ficar a desenvolver isto eternamente… Vou só acrescentar uma coisinha: é que em dois extremos temos homens que são bons pais (o ideal para constituir família) e homens que têm bons genes (isto é, que são atraentes à generalidade das mulheres). Haverá homens que conseguem ser ambos – e esses são o melhor partido – e outros que não são nem uma coisa nem outra. Mas, no geral, vê-se muito um ou outro. Para as mulheres o cenário ideal é terem um bom pai em casa e darem umas voltas com os bons genes por fora. Ficam com filhos atraentes e bem tratados. Coisa que um homem, no papel de pai, não pode aceitar. E portanto, o melhor é manter as mulheres bem controladinhas. Enfim, isto nunca pára: vantagens de um lado, desvantagens do outro… Evolutivamente a guerra dos sexos é uma realidade.
Não somos, em definitivo, uma espécie monogâmica. Em primeiro lugar teríamos uma monogamia sequencial, já que mudamos de parceiros ao longo da vida. E depois é uma monogamia conveniente na cena social mas que, aqui e ali, resvala. É que pode ser que pegue. :) Também já li que as DST podem ter tido um papel importante a eliminar comportamentos promíscuos. Acredito que seja verdade, talvez num grande mix de variáveis significativas neste modelo. A religião, a religião… Essa. Ainda não a consegui entender de todo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Um pouquinho a destempo...até já me tinha esquecido deste passatempo.
No entretanto já aconteceu tanta coisa !!!!
- os professores foram todos despedidos.
- os hospitais fecharam.
- o TGV já chega aos Açores.
- o Governo demitiu-se...(yes!)
- o PCP ganhou as eleições... (yes,yes,yes !!!)
- a traição já não é o que era ! (suprimiu-se a palavra monogamia do diccionário).
- a Mayra Andrade cantou e encantou no S. Luis.

Por onde tens andado? Não é no mesmo mundo do meu!
Vires agora fazer comentários a um inquérito ultrapassadissssssssimo.
Actualiza-te S. krida!

Bjinhos
titiokrido

O noivo Titus disse...

ufa...texto comprido...

Depois de descansar um pouco, vou dizer qualquer coisinha para estes minutos que demorei a ler não terem sido em vão.

Pensando nos tempos das cavernas:

1 - Acho q acabaste de explicar e justificar todas as infidelidades masculinas. São os genes!! Obrigado S.!!

2 - Tentei "descobrir" algum proveito que as mulheres teriam para terem vários parceiros. Acho que ela poderia ir para a moita (e n cama!!) com vários, para que durante a gravidez todos eles tratassem dela e quando o filho nascesse, devido à falta de testes de ADN, ficassem para sempre na dúvida e cuidassem deles. Mas, os homens são e já na altura deviam ser, muito territoriais e por isso acho q n iam aceitar este tipo de dúvidas. À falta de melhor desculpa, acho que as mulheres se traírem é por razões de prazer, o q as torna grandes cabras pq so kerem prazer, enqt os homens n csguem evitar a traição porque a culpa é dos genes!!

3- Qt à monogamia sequencial, acho q faz sentido e mais uma vez, justificas o divórcio de tantas pessoas passados alguns anos de casamento, se calhar os anos q demoraria (nas cavernas) a conceber e criar um filho até ele já saber andar, "falar", fugir dos animais e apanhar fruta das arvores.

4 - Qt às DST, n vou nessa, acho q elas "existem" ha mt pouco tempo, se formos ver a historia do Homem. Se antes, por falta de conhecimento, um enfarte ou um AVC seriam crimes de algum deus, ter gonorreia ou sífilis tb deveria ser castigo por n ter sacrificado o 3º filho mais velho no 27º sol dp do invervo.

5- à religião... eu estou a ler um livro q se chama "a maldição de Deus" e o autor tem uma explicação para a "sobrevivência" da religião ao longo do tempo. Agora, obviamente, n me lembro qual era, mas um dia em que tenha um bocadinho de paciencia, vou la à procura e digo-te qqc!

T

C.M. disse...

Obrigado S.!
Tal como eu previa a sábia bióloga tinha mesmo qualquer coisa a dizer sobre o assunto! Olarilas!
E como é bom de ver se à evolução das cavernas, se juntar a religião, a saúde, e outras coisas mais...não fica nada simples. São precisos muitos sábios para tratar deste assunto.
Nos dias que correm parece que sábio mais procurado é o psiquiatra ;)
Beijinhos, gostei